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Em tempos de imprescindível reclusão, encontro-me sozinha, apartada a muitos metros do chão no caótico hipercentro de BH, busco refúgio no pulmão de admirável placidez da saudosa cidade jardim, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti. É nesse suspiro balsâmico, de onde não se escuta a constante confusão ao redor, que desenvolvo minhas lentas relações com o AGORA. Nativa do século XXI, ligada visceralmente ao tempo da virtualidade, me vejo confrontada com o aqui e o agora. Em um movimento de espera, tiro lições elementares do relacionamento estabelecido ali como o espaço público e a natureza, lições sobre o tempo, a esperança, o silêncio e a impermanência.

A produção imagética surge em reflexo ao acesso às obras paradas do espaço multiuso, antigo Colégio Imaco. Ao investigar uma edificação de tal magnitude, que já não mais desempenha função social alguma, meu olhar se volta para os rastros que o tempo inevitavelmente ali deixa de forma tão orgânica. Em um campo fértil para a transitoriedade, a marcescente estrutura pintada pelos anos contrasta-se com o florescente verde esparramado pela superfície. Como resultado da observação dessas relações, experimento sensações que são absorvidas pela presença, pela habitação do espaço material; me delicio com o acaso que se apresenta quando se espera sem anseios e me conformo com a brevidade do agora.

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